terça-feira, 17 de novembro de 2015

Teatro Fórum Função e Consolidação dos Conselhos Escolares

 A Gestão Escolar deve ser norteada pelos princípios da gestão democrática, uma das ferramentas para conseguir a participação do todo como prevê essa gestão é o Conselho Escolar.
Pensando nisso os alunos do curso de pedagogia das Faculdades Guarulhos, entre eles essa que vos fala,  elaboraram uma cena de Teatro Fórum, técnica do teatrólogo brasileiro Augusto Boal que permite a participação da platéia como ator dentro do processo da cena propondo a solução do problema apresentado, que neste caso foi a "Função e Consolidação dos Conselhos Escolares".
 A discussão provocada pela cena foi bastante proveitosa e envolveu a participação de alunos e professores em torno do tema proposto, sob a orientação da professora Ms. Maria Cecília Jorge.



 O Teatro Fórum é uma técnica que pertence ao método de Teatro do Oprimido criado pelo ator, dramaturgo e teatrólogo brasileiro Augusto Boal, que propunha com essa técnica uma maior participação da plateia na discussão dos problemas sociais apresentados nas cenas tirando–os da condição comum de espectador e colocando-os na condição de espect-ator, que é aquele que discute os problemas e propõe soluções.

     A técnica de Teatro Fórum pertence ao arsenal do Teatro do Oprimido e é a mais conhecida em toda a América Latina. Na escola, como em todos os lugares, é importante ferramenta pedagógica à medida que possibilita a discussão dos mais diversos temas por todos os participantes, sejam atores ou espect-atores. 



ROTEIRO PARA TEATRO FÓRUM

Cena: Reunião do Conselho Escolar

Pauta: Pintura do muro escolar

Personagens:

Professora Flavia
Professora Renata
Funcionário da escola Sr. Lino
Daniel, pai de aluno
Cris, mãe de aluno
Diretora Silvia

Sala de reunião. Todos sentados. Professora Flávia pergunta enquanto mexe no celular.
Flávia: Posso saber o que estamos fazendo aqui?
Renata: Reunião do conselho escolar né? Lembra que a escola tem um?
Flávia faz cara feia e continua no celular. Mãe de aluno questiona.
Cris: Essa reunião é pra gente discutir os problemas da escola não é?
Sílvia, a diretora, até então ocupada com os papeis interrompe.
Silvia: Nada disso! Só preciso que assine o cheque para a pintura do muro.
Professora Renata começa a falar ironicamente sobre o Conselho Escolar, desafiando a postura autoritária da diretora.
Renata: O conselho escolar é um órgão colegiado, composto por representantes da comunidade e da comunidade escolar.
A diretora começa a ficar muito impaciente e tenta interromper, mas a professora continua.
Renata: É o conselho escolar que desempenha um papel importante de garantir que a comunidade participe da gestão escolar, isso é uma gestão democrática!
Funcionário da escola, Sr. Lino interrompe.
Lino: Participar do que? Esse rebanho de marginais na minha época não tinha essas palhaçadas era todo mundo na linha!
Cris: Marginais não! Você está falando dos nossos filhos.
Cris cutuca o pai Daniel que nem lhe da atenção
Cris: Eu só quero participar, quero propor soluções pros problemas dessa escola, são meus filhos que estudam aqui, e os seu também senhor.
Daniel: Tá, tá, mas está acabando? Eu preciso trabalhar.
Professora Renata volta a falar sobre o Conselho Escolar, dessa vez ressaltando suas funções.
Renata: Tem a função deliberativa, consultiva, fiscal e mobilizadora. Vejam o poder que tem o conselho escolar.
A diretora interrompe furiosa.
Silvia: Chega professora! A senhora está perturbando a ordem dessa reunião, que é somente para assinar um cheque! Não venha com suas ideias.
Renata engole seco e percebe o olhar ameaçador da diretora, cala-se.
Cris: Mas o que as crianças estão aprendendo, vejo que algumas que conheço estão com dificuldades para ler. Não seria o caso de fazer uma sala de leitura, uma feira de livros...
Funcionário, Sr. Lino interrompe.
Lino: Na minha época não tinha isso, esse povo que não quer nada com a vida.
Renata: Estão vendo isso é falta de participação da comunidade na construção do PPP, se a gente não ouve a comunidade como vamos saber do que precisam.
Lino: Precisam é de Ditadura Militar!
Flávia sai do celular.
Flávia: É isso aí! Eu concordo com tudo que vocês decidirem.
Daniel: Decide logo gente eu quero ir embora.
Renata tenta falar, mas Silvia bate na mesa e a impede.
Silvia: Chega! Quem deve assinar o cheque é o tesoureiro, faça logo o que tem que fazer.
Renata tenta falar.
Silvia: Não professora passa depois na minha sala para conversarmos.
Cris: Mas eu sou obrigada a assinar esse cheque?
Silvia: A senhora é a tesoureira, assine, por favor.
Cris: Nossa Sílvia como você mudou, nós fizemos a quarta série juntas!
Sílvia: Pois é que pena pra mim, vamos assine logo esse cheque.
Cris: Mas eu queria...
Silvia: Só a assinatura!
Derrotada a mãe assina o cheque.

Neste momento da encenação inicia-se o Fórum com a plateia que poderá intervir na cena, substituindo os personagens da Mãe e da Professora Renata (as oprimidas) para propor soluções que rompam a opressão apresentada na cena, com a orientação do Curinga. 





Referências


·         Caderno 1 – Conselhos Escolares: Democratização da escola e construção da cidadania. MEC;

·         Cartilha Conselho de Escola. Governo do Estado de São Paulo – Secretaria da Educação.

·         CANDA, Cilene – Paulo Freire e Augusto Boal: Diálogos entre educação e teatro. Artigo publicado na Revista Holos, ano 28, vol.4, ano 2012.

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